Amor

O dicionário define a palavra amor como... Nah, brincadeira. Vou usar outra definição, uma das mais famosas: a Teoria Triangular do Amor.

Segundo Robert Sternberg, pra se ter amor é necessário ter três componentes: intimidade, paixão e compromisso (comprometimento?). Intimidade todo mundo sabe o que é. Paixão seria a atração física, sexual. E compromisso é basicamente a decisão dos envolvidos de quererem ficar juntos, e fazer planos que inclua a relação. Mas eu gosto muito de uma outra definição tirada do meu suvaco: é amor quando você chama de amor. Ponto.

Todo mundo que já amou alguém sabe como é. É uma coisa que não cabe dentro de você, é como se você precisasse botar pra fora. Quando você ama, você PRECISA chamar de amor, falar pra pessoa que você a ama, não dá pra ficar guardando, porque sufoca. Então se você tá aí se perguntando "será que eu amo fulano?", a resposta é não, você não ama. Porque quando é amor, você sabe que é. Apenas é. E você não consegue guardar segredo.

Eu amei três caras. Falei "eu te amo" pra dois deles. Pro outro eu nunca falei simplesmente porque não existia uma relação, e eu não quis dar mais essa pra ele (sábia decisão). Nas outras duas vezes, eu fui a primeira pessoa da relação a break the news. E foi meio que isso, eu tava amando que não conseguia mais guardar pra mim, e não importava muito se eu ia ouvir "eu também te amo" de volta ou não, mas eu precisava falar. Na primeira vez eu ouvi de volta, na segunda, não. Não na hora. Mas não importou muito, na verdade, porque veio depois, outro dia, e não fez muita diferença pra mim. Então EU SEI como é essa sensação de não caber mais dentro de você, e de respirar fundo mil vezes e contar pra outra pessoa o quanto você gosta dela. E eu vi isso vindo de longe ontem à noite.

Ele estava especialmente feliz por me ver, depois de uma semana que eu passei em Montreal. Depois que todo mundo foi embora da festa, ele me beijou e respirou fundo duas vezes. Na terceira, eu falei "say it". Ele respirou de novo: "I'm in love with you, babe".

Eu, um pouco high. Ele, completamente bêbado. Falei "I'm in love with you too", o que é verdade. Outro beijo, e ele disse "I love you". Eu já tava esperando, mas ainda assim foi um pããã, tela azul. Eu realmente não sabia o que fazer, porque eu tô naquele meio termo de estar apaixonada, mas não é aquele amor que não cabe em mim, como foi das outras vezes. E na confusão do momento, meio sem saber o que dizer, eu falei um "I love you too" meio preguiçoso.

- Say it again.
- What? I'm so stoned.
- I didn't hear you, say it again.
- I'm so stoned,
- No, say again the other thing. Say again the meaningful thing.

Eu não devia ter falado nada, devia ter sorrido, e devia ter deixado pra lá porque ele tava bêbado e eu sabia disso. E até agora eu realmente acho que ele não lembra de nada do que aconteceu, porque eu conheço o namoradinho que eu tenho e ele esquece as coisas. E eu sei que ele esquece mesmo, porque em outra situação de bebedeira ele foi bem escroto comigo, fez coisas que ele jamais faria sóbrio, e quando no dia seguinte eu fui discutir o que rolou, a reação de surpresa e desespero foi muito sincera pra ser fingimento.

Ele pode não lembrar de ontem à noite, mas eu lembro. E tô com um misto de arrependimento e desapontamento. É claro que eu quero ouvir ele dizer que está in love, mas não assim, sem lembrar no dia seguinte. E também não gostaria que ele tivesse na memória o meu "I love you" tosco, com 70% de sinceridade. Ninguém ganhou nada com essa estória de declarações bêbadas.

Eu não questiono minha paixão por ele, e acho que já temos alguma intimidade como casal. Mas como pode ter amor sem compromisso*, se isso tudo tem data de validade e não tem planos? Não sei amar sem fazer planos.

A conferir.

* "Compromisso" não é status no Facebook, galera. Se é que tem alguém da geração Z lendo isso.

You drive me crazy

Várias coisas me chamam atenção no fato de estar namorando um cara mais novo. Uma delas é o fato de eu pensar nas nossas idades o tempo todo. É difícil não ter isso em mente quando se tem 30 anos e ready to settle down. Há 4 meses eu tinha um namorado/marido, e um lindo plano de ter filhos com ele. Agora eu tenho um namoradinho temporário e zero expectativa de engravidar nos próximos 2 anos.

Outra coisa é que, apesar de ter isso em mente o tempo todo, eu não sinto a diferença de idade no dia-a-dia. At all. Ele é um cara legal, inteligente, fofo, me diverte, e isso é tudo que eu preciso por agora, com essa vida de estudante.

Mas tem uma outra coisa bizarra que tem acontecido e que é novidade na minha vida: eu ando super insegura com meu corpo.


Puppy

Acordei decidida, e mandei uma mensagem: "vamo fazer alguma coisa hoje mais tarde, precisamos conversar". A única vez na vida que eu precisei ter uma conversa desse tipo, o cara terminou comigo e voltou pra ex-noiva, então imagina a minha empolgação pra tocar no assunto. Pensei em puxar a conversa depois de beber umas duas cervejas, ficar mais relaxada e conseguir organizar as ideias, mas mal adentrei o supracitado apartmento foda e ele já mandou de cara:

- Eu sei sobre o que você quer conversar.
- Ah, sabe, é?
- É, eu sei que você quer saber porque eu não posso ir atirar com vocês.
- Ahhhhhh, é isso mesmo, você adivinhou. Conta aí essa história.



I like you a lot

Eu sei que eu prometi vir aqui contar dos meus Tinderdates do mês passado, mas a minha vida renasceu com o final do inverno e eu estive muito ocupada nas últimas semanas. Sinceramente ainda não sei como consegui dar conta de tudo. Sabe quando você não sabe aonde seu tempo foi parar, porque você não fez nada e o final de semana já acabou? Exatamente isso, só que ao contrário. Eu fiz um milhão de coisas e a sensação que eu tinha é que abril não terminava nunca.

Aulas, papers, final exams, estágio, eventos, Tinderdates, festas, job search, entrevistas, planos pro verão, TUDOAQUIEAGORAEAOMESMOTEMPO. E esse foi meu mês de abril: coisas importantes pra fazer 7 dias por semana e eu ainda consegui terminar um namoro e pegar gente por aí. Pelo menos as temperaturas estavam bem melhores e subindo, variando entre 0 e 12 graus C. Praticamente verão, depois de um longo e tenebroso e recorde-de-neve inverno.

Mas agora que o verão chegou MESMO (T>15 C todos os dias, uhuuu), estou partindo amanhã pra 2 semanitas de férias antes de começar em um novo estágio. Mas parto com o coração na mão, porque abandono aqui meu atual peguete e vizinho, e também mais nova paixãozinha da última semana.



Like 24 again

O post sobre o meu primeiro Tinder date ainda não está pronto (preciso terminar logo de escrever isso, daqui a pouco nem lembro mais), mas eu passei aqui pra registrar o momento. Pra mim mesma.

Gata, quando você estiver lendo isso daqui 5 anos, super deprê porque terminou com o homem-da-sua-vida da semana, lembre-se deste momento em Boston, dessa noite mega foda que você teve, pra fechar as duas semanas mais mega fodas conquistadoras de corações que você já teve na sua vida.


  • Número que caras que eu conheci em Boston e pensei "putaquepariu, que homem é esse": 2
  • Número que caras que eu conheci em Boston, pensei "putaquepariu, que homem é esse", e eu efetivamente peguei: 2


Pronto, pode acabar o mundo, já. Mission accomplished.

Nova temporada

Nova temporada do blog :)

Durante esses anos de pausa, várias pessoas me escreveram pedindo o retorno dos posts, mas gente! Eu não tinha estórias pra contar!

Assim como o GTalk de 2009, tudo que cai, um dia levanta: ... and we're back! Long story short, estou morando nos EUA, de volta aos idiotas, e agora com a ajuda dessa maravilhosa ferramenta chamada Tinder. Essa nova temporada de posts será basicamente eu contando pra vocês as minhas boas e não tão boas experiências com dates em terras gringas.

Spoiler alert: continuo preferindo brasileiros.

Deem notícias se ainda tiver alguém lendo isso aqui. Senti saudades, mas estou de volta. Vejo vocês no próximo post sobre o meu primeiro Tinder date =)